Onde é o restart?

Até há muito pouco tempo estava convencida de que não era supersticiosa.
E depois dei por mim às 23h55 de dia 31 de Dezembro sentada nas urgências do Hospital de São José, rodeada de velhotes, sem abrigo, adolescentes em coma alcoolico e enfermeiras e médicos de peruca colorida e comecei a mudar de ideias. Ainda tentei concencer a médica de que afinal me sentia muito melhor e de que até já nem estava tão desfigurada e inchada e que afinal não era alérgica ao marisco, que era só de umas melgas que tinha em casa. Isto tudo enquanto olhava de esguelha para o relógio na esperança de conseguir sair dali antes da meia noite e deixar as coisas más em 2008. E quando ouvi o fogo de artifício lá fora o nó na garganta já não era da reacção alérgica. Era medo de aquela cena cena triste ser o prenúncio de um mau ano, de afinal existirem forças que controlam estas coisas e de... e de... e de... não ter controlo. Respira fundo, deve ser da cortisona. Não, não era. À cortisona seguiram-se já momentos pouco deliciosos, umas lentes de contacto lavadas com desmaquilhante, seguiram-se 7 horas de espera num aeroporto, seguiu-se um prazo mal contado e muito stress e angústia. E só vamos em dia 9... Todos os dias saio de casa e sinto que é naquele dia que vou escorregar no gelo e partir-me toda. Começo a ficar à espera da próxima. Isto não está a começar bem. Agora vá, fecham todos os olhos, contamos até três e... alguém sabe onde é o restart?