Ontem estava a ouvir este senhor a falar e só pensava em como seria possível que eu fosse a única pessoa a não acreditar que ele tem 100 anos. Nínguém com 100 anos fala assim. Eu não conheço ninguém com 100 anos, mas se por acaso conhecesse e falasse com ela não seria isto que eu ia ouvir. 100 anos são mais vinte e muitos do que as minhas avós tinham quando morreram. E elas eram muito velhinhas. Vinte e muitos é o que eu tenho. E isso é uma vida! Ora uma vida mais uma vida muito velhinha não pode dar um Manoel de Oliveira. Alguém já lhe pediu a certidão de nascimento? B.I.? Carta de condução? É que além disso, aquilo de dizer que se chama ManOel e não ManUel também é pouco credível. Este senhor fala claramente, anda sem grande dificuldade, trabalha, convive, viaja, faz piadinhas, é afectuoso com os que o rodeiam. Das duas uma: ou o segredo é ter levado a vida sempre em câmara lenta, ou ele está a mentir. A encenar. Apesar de ser realizador. O que me parece francamente plausível. Mas que é tudo encenado, isso é. Malandro do avôzinho, a pensar que me engana.
2 comentários:
Bem conspirado, Macaca...
Eu vou mais na teoria da câmara lenta...e envelhece-nos ao ver os filmes dele. Assim sendo...acho que ele vai chegar aos cento e vinte e muito...da contagem dele, claro!
Confesso que também fiquei abesbílica com tamanha jovialidade aos 100!!
Mas depois de ter conhecido o já falecido Fernando Vale, aos 104 anos, já nada me espanta... Para além de uma crença contagiante no poder e na vontade dos mais jovens, tinha uma voz que não era de velho e umas mãos de rapaz novo. Era absolutamente incrível... E invejável!!!
Enviar um comentário