Gargalhadas embaraçosas no metro

Pensei para comigo: "Mas que vida tão miserável que ele tem tido, ser obrigado a esconder a religião, o nome só para conseguir um emprego como motorista... E ele é um bom motorista, disso ninguém duvida, de longe melhor do que eu algum dia serei.". Uma parte de mim sentia-se tentada a levantar-se, a pedir-lhe desculpas e a dizer-lhe sem rodeios: "Quem vai ser motorista em Nova Deli és tu. Tu nunca me fizeste mal algum. Perdoa-me, irmão.".
Virei-me para o outro lado, peidei-me e tornei a adormecer.

in O Tigre Branco, Aravind Adiga