segunda-feira, 12 de setembro de 2016

"school is the path, not the point"

nisto de sermos pais não há certezas absolutas. educar é um equilíbrio frágil, em que as decisões que tomamos nunca são validadas a cem por cento e não há como saber como teria sido se tivéssemos optado por outros caminhos. a par desta pressão invisível mas constante, há a pressão bem tangível da sociedade, do "porque é assim...", do "se fosse comigo...", do "a filha da vizinha isto e aquilo...", que se agudiza em determinadas alturas da vida. é o caso da entrada para a escola primária (que hoje se designa por ensino básico) para as crianças nascidas entre 15 de setembro e 31 de janeiro. é o caso do meu filho. faz seis anos em dezembro, logo, é vaga condicionada. inscrevi-o na escola pública para o 1º ano. não entrou. a escola decidiu por nós. mas decidiu na nossa direção. sei que cognitivamente está preparado. já lê algumas coisas. adora letras, mapas e bandeiras. é enorme em tamanho (ontem o pai, ainda a duvidar um pouco da nossa decisão, dizia em tom de brincadeira: "ele vai entrar na escola primária com 1,60m e 63kg!"). mas também sei que é muito imaturo emocionalmente. e que num ano muita coisa muda. acho sinceramente que há uma pressa desmesurada em crescer, em fazer coisas de adulto. já para não falar da obsessão em torno do aproveitamento escolar. estou realmente cansada dessa pressão... "já conta até quantos?", "ainda não anda na natação?", "quando vais pô-lo na catequese?", "não estás a protegê-lo em demasia?"... confesso que hoje, ao ver no mural de Facebook muitos filhos de amigos e conhecidos do ano do Manel a iniciarem o 1º ano do ensino básico, me deu um apertozinho no coração. será que tomámos a decisão certa? acredito que sim, porque o caminho vai-se caminhando... e o coração também se me aperta de cada vez que olho para o meu filho, porque gostava que não se sentisse pressionado para crescer à bruta, e porque quero aproveitar cada bocadinho e sinto o tempo a escorrer-me pelos dedos...

5 comentários:

Melancia disse...

Até ver, não irei sofrer com essa dúvida porque os rapazes são de março e maio mas, sempre que me imagino nessa posição, acho que não teria dúvidas. Atrasar um ano não me parece nada problemático, a não ser que a criança se sinta totalmente desmotivada em termos dos conteúdos abordados nos 5 anos e sinta que precisa de mais. Ganha-se mais um ano só de brincadeiras, sem grandes obrigatoriedades, trabalhos de casa e afins.

Guilhim disse...

Respira fundo e confia! Aproveita mais um bocadinho o teu miúdo!
Beijinhos e força para esse coração!

Goldfish disse...

Acredita que não lhe vai fazer falta nenhuma entrar já este ano. É uma pena quando até eles sentem a pressão mas, não sendo esse o caso, aproveitem!

macaca grava-por-cima disse...

estou hoje mais confiante na minha/nossa decisão. na reunião de apresentação, a educadora do manel (que, by the way, adorei!) fez questão de reforçar a ideia de que a entrada no 1º ciclo aos 5 anos não traz qualquer benefício para a criança... muito pelo contrário!

Joana disse...

não tenhas pressa, há tempo para tudo e brincar mais um ano é o melhor que há.

beijinho