terça-feira, 3 de dezembro de 2013

parentalidade e hamburgers by São João

mais uma vez recorro a um link para dizer aquilo que me vai na alma, porque mais uma vez alguém se adiantou e o fez muito melhor do que eu faria certamente. falo de parentalidade. mais concretamente da "moda" de se escrever sobre parentalidade. actualmente,  qualquer jornal de referência (nacional ou internacional) tem textos, artigos, ensaios, reportagens e crónicas dedicadas a esta temática. como o aparecimento desta tendência coincidiu com a minha primeira (e até agora única) experiência de maternidade achei que era eu que estava sugestionada para este tipo de informação e que a procurava, tanto activa, como inconscientemente (um pouco como aquela história de quando se está grávida parece que se vêem muito mais grávidas à nossa volta). mas, afinal parece que não... porque a São João não é mãe e tem precisamente a mesma opinião que eu. opinião essa partilhada num site que alimenta precisamente esta tendência (o Mãe Querida). nada contra, atenção! até porque este é um exercício que eu faço, quase diariamente, no meu blog e também no facebook. porque escrever me dá prazer e se a maternidade é uma parte estrutural da minha existência é óbvio que escrevo também sobre ela. e confesso que vou acompanhando alguns desses artigos (boa parte deles extremamente divertidos, informativos e úteis) sempre que posso. mas como tudo o que é em excesso enjoa... aposto que dificilmente me apanharão, por exemplo, naqueles fóruns/grupos de mães onde as mais ínfimas dúvidas são esmiuçadas ao pormenor, num exercício de competição mascarada que me faz revirar os olhos.

3 comentários:

Melancia disse...

a São João é outra coisa, tem um olho observador e uma crítica mordaz!
E, ficas já a saber, que perdes momentos de pura sabedoria no fórum das mães. Preciso de sair daquilo urgentemente, há momentos que até me eriçam os pelos com o nervoso!!

Mak, o Mau disse...

Tudo o que é comunicação (seja organizada informal ou formalmente) toma conta e explora os temas do dia. E a verdade é que a pequenada, que é sem dúvida alguma uma extensão muito importante da vida de qualquer pai, nalguns casos se torna uma espécie de culto da criança como centro do universo.

E quando a coisa deixa o campo do equilíbrio e interesse saudável e entusiasta, cai-se no campo dos exageros...

André disse...

Tenho ideia que não é um fenómeno assim tão recente. A "indústria parental" é uma máquina de marketing brutal, que já existe há várias décadas; e como em muitas outras indústrias nas áreas do grande consumo (seja vestuário, comida ou detergentes) tem crescido exponencialmente em volume de comunicação e presença mediática, na linha do que diz Mak. E também é uma questão de geração, mesmo que não tenham filhos, têm de levar com pessoas como nós, que até blogam sobre o assunto. :)

Mas em relação ao excesso de informação, acho precisamente o contrário: a solução não é fechar os ouvidos, mas procurar informação de qualidade, perceber que o interesse das marcas não é exactamente o nosso interesse; e aí a internet, os fóruns, grupos, etc, podem ter um papel importante. Se forem frequentados por pessoas sãs, claro. Porque, e aí concordo a 100% com o que dizes, e mais do que ser o culto das crianças, há de facto um elemento de culpabilização dos pais que a sociedade, as marcas, os outros, adoram explorar - e claro que não podemos permitir isso. E a informação pode ser uma maneira de o fazer. Mas acho que vou deixar este assunto para um post futuro. :)