afinal há coisas na vida em que não procuramos nem pretendemos intensidade. na dor. e esta será certamente a mais dilacerante de todas as dores.
terça-feira, 28 de janeiro de 2014
intensidade
é uma qualidade que procuramos (qual santo graal) um pouco em tudo na vida. o livro que ando a ler (And the mountains echoed, de Khaled Hosseini) é, entre outros adjectivos, bastante intenso. tal como as paisagens que descreve e onde a narrativa decorre. talvez por isso mesmo. chamem-me louca, mas há muito que sinto um irreprimível fascínio pelas paisagens inóspitas do Afeganistão. até mesmo quando vi o Restrepo consegui abstrair-me da essência bélica e perder-me na imponência das montanhas e vastidão dos vales afegãos. mas, pergunto-me, haverá uma dose recomendável de intensidade, a que podemos sujeitar-nos sem risco de efeitos adversos? Variará muito de pessoa para pessoa? Quanta serei eu capaz de suportar?
segunda-feira, 27 de janeiro de 2014
o melhor do meu fds foi o meu fds
entre almoços e lanches de família, a habitual ida ao mercado e sestas retemperadoras, tivemos tempo para uma ida ao parque - e direito a um inédito "ete paque foi muuuuuuuito divetido" - e para ir conhecer o bebé (recém-nascido) de uns amigos. entretanto, a chupeta foi-se de vez, o nosso pequeno está cada vez menos pequeno mais conversador e faz-nos cada vez mais companhia. esta é uma fase verdadeiramente deliciosa! só esta sensação de que o tempo nos escorrega por entre os dedos é que faz o coração encolher um bocadinho (isso, e o ir passar quatro dias longe deste sorriso)
sexta-feira, 24 de janeiro de 2014
quinta-feira, 23 de janeiro de 2014
Quási
Um pouco mais de sol - eu era brasa,
Um pouco mais de azul - eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe d'asa...
Se ao menos eu permanecesse àquem...
Assombro ou paz? Em vão... Tudo esvaído
Num baixo mar enganador de espuma;
E o grande sonho despertado em bruma,
O grande sonho - ó dôr! - quási vivido...
Quási o amor, quási o triunfo e a chama,
Quási o princípio e o fim - quási a expansão...
Mas na minh'alma tudo se derrama...
Entanto nada foi só ilusão!
De tudo houve um começo... e tudo errou...
- Ai a dôr de ser-quási, dor sem fim... -
Eu falhei-me entre os mais, falhei em mim,
Asa que se elançou mas não voou...
Momentos d'alma que desbaratei...
Templos aonde nunca pus um altar...
Rios que perdi sem os levar ao mar...
Ansias que foram mas que não fixei...
Se me vagueio, encontro só indicios...
Ogivas para o sol - vejo-as cerradas;
E mãos de herói, sem fé, acobardadas,
Puseram grades sôbre os precipícios...
Num impeto difuso de quebranto,
Tudo encetei e nada possuí...
Hoje, de mim, só resta o desencanto
Das coisas que beijei mas não vivi...
. . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . .
Um pouco mais de sol - e fôra brasa,
Um pouco mais de azul - e fôra além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse àquem...
Mário de Sá-Carneiro, in 'Dispersão'
Um pouco mais de azul - eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe d'asa...
Se ao menos eu permanecesse àquem...
Assombro ou paz? Em vão... Tudo esvaído
Num baixo mar enganador de espuma;
E o grande sonho despertado em bruma,
O grande sonho - ó dôr! - quási vivido...
Quási o amor, quási o triunfo e a chama,
Quási o princípio e o fim - quási a expansão...
Mas na minh'alma tudo se derrama...
Entanto nada foi só ilusão!
De tudo houve um começo... e tudo errou...
- Ai a dôr de ser-quási, dor sem fim... -
Eu falhei-me entre os mais, falhei em mim,
Asa que se elançou mas não voou...
Momentos d'alma que desbaratei...
Templos aonde nunca pus um altar...
Rios que perdi sem os levar ao mar...
Ansias que foram mas que não fixei...
Se me vagueio, encontro só indicios...
Ogivas para o sol - vejo-as cerradas;
E mãos de herói, sem fé, acobardadas,
Puseram grades sôbre os precipícios...
Num impeto difuso de quebranto,
Tudo encetei e nada possuí...
Hoje, de mim, só resta o desencanto
Das coisas que beijei mas não vivi...
. . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . .
Um pouco mais de sol - e fôra brasa,
Um pouco mais de azul - e fôra além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse àquem...
Mário de Sá-Carneiro, in 'Dispersão'
terça-feira, 21 de janeiro de 2014
ainda a chucha
a Fada das Chuchas vai deixar isto debaixo da almofada do Manel:
Um pequeno incentivo para ser um crescido e partir para novos voos, sem chupeta...
Só uma questão... A regra daqui para a frente é "não vacila", certo?
maravilhas da blogosfera
descobrir que uma blogger famosa da nossa praça (que mudou recentemente de casa) é nossa vizinha e que conduz o carro que está normalmente estacionado na rua abaixo da nossa, que fica a caminho da escola do M., e para o qual invariavelmente o M. aponta e exclama: "olha o popó igual ao do avô".
daqueles posts que só interessam mesmo a esta mãe
Inspirada por ISTO e por ISTO - e consciente de que os 3 anos são mais do que a idade ideal para fazer o desmame da chupeta, sabendo que os três meses de "validade" das mesmas que andam lá por casa já passaram há muito, estando estes objectos em avançado estado de decomposição e eu há muito em negação e estando o M. a sair de duas semanas de amigdalite+otite (nem quero imaginar a quantidade de bactérias naquelas chuchas, e nem sei se a utilização das mesmas não terá contibuído para a infecção) - ontem tomei uma resolução.
Passei na farmácia pronta a comprar duas chuchas da mesma marca das do M. mas não havia. E ainda bem! Porque assim tive que comprar de outra marca, o que foi óptimo já que a minha intenção era mesmo que ele não lhes pegasse. Cheguei a casa, mostrei-lhe as chuchas novas e expliquei-lhe que as outras têm que ir para o lixo (ou dá-las à cadela, como tinha ficado combinado) porque estão estragadas e "cheias de bichinhos". Não quis dá-las à cadela, aceitou que lhes desse sumiço, e recusou-se a usar a nova. Foi para a cama a dizer "o Manel quer dormir sem chucha". Demorou um pouquinho mais que o habitual a adormecer, sem birra, sem choro, acordámo-lo à meia-noite para tomar o antibiótico e pensámos que a coisa ia descambar... NADA! Acho que nem chegou a acordar para dizer a verdade. Hoje de manhã acordou um pouco mais cedo que o habitual (faltavam cinco minutos para as 7h), pediu-me um livro e depois de uns segundos começou com um beicinho a pedir a chucha. Face à minha recusa começou num choro já mais forte e nervoso a dizer que não queria a chucha nova porque não gostava dela (ainda nem a experimentou), queria muito as dele... Então, o que lhe disse foi que a Fada das Chuchas tinha vindo de noite (por ter sido a 1ª noite em que ele tinha sido um menino crescido e tinha dormido sem chucha) e tinha levado as chuchas velhas porque já não prestavam. Levei-o para a minha cama, liguei a TV no canal Panda, parou de chorar, fizemos toda a nossa rotina matinal sem problemas, deixei-o na escola e até agora ainda não voltou a pedir a chucha. Sem descartar a enorme probabilidade de retrocessos e com o coração pequenino por esta velocidade supersónica de crescimento, sinto-me orgulhosa destes pequenos passos que o nosso cada vez menos bebé vai dando...
segunda-feira, 20 de janeiro de 2014
sexta-feira, 17 de janeiro de 2014
daquela janela, virada pró mar...
Ontem [com uma gripe mal curada, febre há 2 dias, mal-estar generalizado] não tive como escapar a um trabalho fora de Lisboa. Lei da compensação: num sítio lindo, que adoro, junto ao mar, e um dia esplêndido, cheio de sol...
terça-feira, 14 de janeiro de 2014
ou então ando particularmente sensível...
... porque ontem desatei a chorar no episódio de Uma família muito moderna em que a Gloria tem o bebé. e não, não foi na cena do parto, nem em nenhuma outra do bebé, mas na cena do elevador, quando o pai Phil sai em defesa da "sua menina" Haley e ela o abraça...
segunda-feira, 13 de janeiro de 2014
sexta-feira, 10 de janeiro de 2014
Impossible
Há a versão da Shontelle:
a do James Arthur:
e depois há a do Manel, que ainda não está disponível em formato audiovisual, mas que passo a transcrever, para que fiquem com uma ideia da cover que tem tudo para ser mais um grande hit (de ir às lágrimas!)
"ó cebol...ó cebol... ó ceboooooool... ó cebol"
a do James Arthur:
e depois há a do Manel, que ainda não está disponível em formato audiovisual, mas que passo a transcrever, para que fiquem com uma ideia da cover que tem tudo para ser mais um grande hit (de ir às lágrimas!)
"ó cebol...ó cebol... ó ceboooooool... ó cebol"
quinta-feira, 9 de janeiro de 2014
quarta-feira, 8 de janeiro de 2014
terça-feira, 7 de janeiro de 2014
segunda-feira, 6 de janeiro de 2014
sexta-feira, 3 de janeiro de 2014
quinta-feira, 2 de janeiro de 2014
a maternidade e os medos
Ainda aqui não abordei a questão dos medos que nascem com o facto de nos tornarmos mães. É um facto que a maternidade opera em nós mudanças inevitáveis e só agora consigo entender as preocupações da minha mãe quando íamos para o Alentejo profundo, aquele Alentejo onde a rede de transportes é uma anedota de mau gosto e a distância do hospital mais próximo é directamente proporcional ao nosso receio face ao "E se acontece alguma coisa?"...
Nos últimos três anos, não vivi propriamente tolhida de medo, diga-se... Ao contrário da maior parte das mães, por exemplo, passei o dia em que o meu filho foi à sua primeira visita de estudo completamente tranquila e nem pensei propriamente no assunto na altura de assinar a autorização. Também nunca me senti tentada a telefonar de cinco em cinco minutos das primeiras vezes que ele ficou sem mim. Enfrentei com absoluta confiança e tranquilidade as primeiras idas para fora e as primeiras noites que dormi fora de casa e ele ficou com o pai.
O caso muda de figura quando na equação entram deslocações por via aérea. Atenção que não tenho, nem nunca tive medo de andar de avião. Aliás, acho que até gosto, na medida em que me permite fazer uma das coisas que mais prazer me dá na vida. Porém, depois de ser mãe, a primeira viagem de avião sozinha foi um tormento. Vá lá que foi curta, porque podia jurar que dentro do avião praticamente não respirei. Mas a verdade é que sobrevivi e os medos e saudades foram atenuadas pelo facto de saber que o M. estava com o pai e a acontecer-me algo, o pai estaria lá sempre.
O caso muda de figura quando se confirma, para o final do mês, uma viagem de quatro dias, a dois, que implica 18 horas de avião (9 para lá e 9 para cá). Os alertas já dispararam todos e a minha cabeça é um projector de filmes de terror 24/7. Sei que o M. vai ficar bem, mas "E se nos acontece alguma coisa?"...
transportes públicos, esse atentado à saúde pública
Se não foi hoje que fiquei tuberculosa, dificilmente ficarei!
É que hoje de manhã ia um homem no autocarro a tossir os pulmões e eu nem tentei disfarçar o meu ar de repulsa...
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