Olá Manel,
Eu sou a Inês.
Começo já a chamar-te Manel para guardar o "Manuel" para quando te portares mal e fizeres disparates. E sei que isso vai acontecer muitas vezes, porque conheço muito bem o teu pai. Também sei que as malandrices que fizeres nunca vão ser maldades, porque conheço bem a tua mãe.
Tu, Manel, és uma coisa maravilhosa: és um bocadinho de duas pessoas que eu adoro como se adora um irmão. E como se não fosse já suficientemente bom essas pessoas existirem, eles também se adoram um ao outro e é por isso que tu existes: tu, os teus dedinhos, os teus olhinhos curiosos, o teu narizinho que a tua mãe imaginava perfeito como o do teu pai, a tua doçura que o teu pai quer que seja a da tua mãe.
Foi difícil habituar-me à ideia da tua chegada. Sei que vais mudar tudo e isso assustou-me durante algum tempo, porque não sei se já te disse que gosto muito dos teus pais. Tive medo que não deixasses espaço para "nós". Sonhei contigo tantas vezes. E ontem, do nada, pensei pela primeira vez acordada na tua chegada. Imaginei-te naqueles segundos depois de estares cá fora e o meu coração deu um salto. E soube que te vou adorar a ti também e que tenho tanto para te dar.
Mal posso esperar por te conhecer.
Tens tanto amor à tua espera.
Tens tanto amor à tua espera.