segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Somewhere

Não sei se recomende ou não recomende. De há uns anos para cá não tenho estômago para filmes tristes. Fico com vontade de sair da sala de cinema e de mandar à fava o realizador que acha que tem o direito de entrar por nós adentro e fazer-nos sentir aquela tristeza toda sem na verdade termos feito mal a ninguém.

A Sofia Copolla é brilhante a fazer o espectador sentir o que vai dentro das personagens. Sem diálogos de ir às lágrimas, sem considerações fáceis sobre a vida. Um plano de 3 minutos do Johnny sentado no sofá de olhar vazio consegue levar-nos a nós para aquele sofá e aquela vida vazia. And it doesn’t feel good.

O filme é turbilhão de sensações. Na grande maioria desagradáveis, pesadas, duras, daquelas que nos dão vontade de fechar os olhos enquanto esperamos que passe. Mas depois há aquela luz constante das Virgens Suicidas que quase cega, o sorriso da Elle Fanning, que é a miúda com mais pinta de Hollywood, e o contraste com a escuridão da personagem é tão forte que não há maneira de ficar colado à cadeira… Eu sei, isto soa tudo muito pseudo-intelectualoide. Mas há coisas que têm de ser sentidas para serem compreendidas e eu não tenho muito jeito com as palavras. Vejam. Ahhh e a música....

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