sexta-feira, 18 de abril de 2008

Este é o mundo em que vivemos

"O juiz Mohammed al-Qadhi confessou ter simpatizado com Nojoud Mohammed Nasser, de oito anos, desde o momento em que ela chegou sozinha, de táxi, ao seu gabinete em Sanaa, capital do Iémen, pedindo ajuda para se divorciar de um homem mais velho, que há dois meses e meio a espancava e violava.

Na quarta-feira, o tribunal dissolveu este casamento forçado (a anulação é uma medida mais drástica que o divórcio) e ordenou a detenção do marido, Faiz Ali Thamer, de 30 anos. O pai de Nojoud, que a forçou a casar, também foi detido, mas logo saiu em liberdade, por sofrer, alegadamente, de perturbações mentais.Parece um desfecho feliz, mas a realidade é que o abusador está apenas na cadeia "para averiguações", e não será acusado, porque a lei iemenita não reconhece violação no casamento. Também não será punido pelo sexo consumado antes de Nojoud ter atingido a puberdade (15 anos). Teve ainda direito a uma "indemnização" equivalente a 250 dólares, que corresponde ao dote que pagou à família da "noiva".

No final do processo, e sempre apoiada pela advogada Satha Mohammed Nasser, a pequena Nojoud recuperou o sorriso, coberta por tradicionais trajes negros. "Estou tão feliz por ser livre e poder voltar à escola""
in Público, 18.04.2008

2 comentários:

Unknown disse...

:o terrífico :(

Anónimo disse...

F**A-SE!