Agora tu também és uma daquelas estrelinhas brilhantes que nos púnhamos a observar nos serões quentes de Verão... Quando acabavas de lavar a loiça e nos sentávamos (tu no teu mocho e eu numa manta) no quintal a apanhar a brisa (pouco fresca) e a sentir os cheiros do montado. E eu fazia-me de difícil quando tu me pedias: "Canta lá filha, canta lá aquela que a avó gosta tanto... Aquela do veleiro..."
Para ti, avó:
Vai caminhando desamarrado
Dos nós e laços que o mundo faz
Vai abraçando desenleado
De outros abraços que a vida dá
Vai-te encontrando na água e no lume
Na terra quente até perder
O medo, o medo levanta muros
E ergue bandeiras p'ra nos deter
Não percas tempo,
O tempo corre
Só quando dói é devagar
E dá-te ao vento
Como um veleiro
Solto no mais alto mar
Liberta o grito que trazes dentro
E a coragem e o amor
Mesmo que seja só um momento
Mesmo que traga alguma dor
Só isso faz brilhar o lume
Que hás-de levar até ao fim
E esse lume já ninguém pode
Nunca apagar dentro de ti
Não percas tempo
O tempo corre
Só quando dói é devagar
E dá-te ao vento
Como um veleiro
Solto no mais alto mar
8 comentários:
um beijo querida...
É uma estrelinha que vai estar sempre a iluminar-te... Beijo grande minha linda! Love u!
Como é inevitável, como nunca se sabe o que dizer, como custa sempre...acho que fizeste a melhor homenagem com esta história!
beijos...
O mais importante é que, enquanto estiveram juntas, lhe deste tudo o que pudeste.
Tenho a certeza que ela se orgulhava muito de ti!
Beijo grande (mais um), minha querida amiga!
gosto muito de ti, querida amiga. até já...
Uma linda homenagem... Que, depois de muito amor em vida, é tudo o que lhes podemos dar.
Eu lembro-me mana...
E vamos lembrar-nos sempre!
;-)
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