quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Agora tu também és uma daquelas estrelinhas brilhantes que nos púnhamos a observar nos serões quentes de Verão... Quando acabavas de lavar a loiça e nos sentávamos (tu no teu mocho e eu numa manta) no quintal a apanhar a brisa (pouco fresca) e a sentir os cheiros do montado. E eu fazia-me de difícil quando tu me pedias: "Canta lá filha, canta lá aquela que a avó gosta tanto... Aquela do veleiro..."

Para ti, avó:

Vai caminhando desamarrado
Dos nós e laços que o mundo faz
Vai abraçando desenleado
De outros abraços que a vida dá

Vai-te encontrando na água e no lume
Na terra quente até perder
O medo, o medo levanta muros
E ergue bandeiras p'ra nos deter

Não percas tempo,
O tempo corre
Só quando dói é devagar
E dá-te ao vento
Como um veleiro
Solto no mais alto mar

Liberta o grito que trazes dentro
E a coragem e o amor
Mesmo que seja só um momento
Mesmo que traga alguma dor
Só isso faz brilhar o lume
Que hás-de levar até ao fim
E esse lume já ninguém pode
Nunca apagar dentro de ti

Não percas tempo
O tempo corre
Só quando dói é devagar
E dá-te ao vento
Como um veleiro
Solto no mais alto mar

8 comentários:

jonah disse...

um beijo querida...

macaca bzana disse...

É uma estrelinha que vai estar sempre a iluminar-te... Beijo grande minha linda! Love u!

André disse...

Como é inevitável, como nunca se sabe o que dizer, como custa sempre...acho que fizeste a melhor homenagem com esta história!

beijos...

Anónimo disse...

O mais importante é que, enquanto estiveram juntas, lhe deste tudo o que pudeste.
Tenho a certeza que ela se orgulhava muito de ti!
Beijo grande (mais um), minha querida amiga!

Rosa disse...

gosto muito de ti, querida amiga. até já...

Goldfish disse...

Uma linda homenagem... Que, depois de muito amor em vida, é tudo o que lhes podemos dar.

Anónimo disse...

Eu lembro-me mana...

macaca grava-por-cima disse...

E vamos lembrar-nos sempre!
;-)