Começo a desconfiar que um filme é bom quando acordo no dia seguinte a pensar nele. Nem é bem pensar, é mais o sentir aquele ambiente debaixo da pele. Neste caso não foi preciso esperar pela manhã seguinte.
The Girl with the Dragon Tattoo é um bom filme e uma excelente adaptação do livro. Faço esta distinção porque quem não leu os livros poderá sentir em determinadas alturas do filme que há alguma informação solta ou mesmo desnecessária, que demora a chegar o ponto em que os dois protagonistas se cruzam, mas vale a pena esperar. Quem leu, sabe o que sentiu quando leu aquelas cenas e sabe que as queria ver no filme. No meio da complexidade do mistério , talvez tenha sabido a pouco a densidade dada à relação entre os dois, mas em 158 minutos de filme tinham de ser feitas opções e acho que foram as certas.
O casting é brilhante. Todas as personagens, com a excepção talvez da Cecilia, correspondiam exactamente à minha "criação mental". É certo que o Daniel Craig tem atributos indiscutíveis e que as qualidades de actor não estarão no topo da lista, mas até aquela faltinha de jeito cai bem à personagem. E lava os olhos, claro. A Lisbeth está fabulosa, leva nela todo o ambiente do filme: o frio, a beleza, a feiura, a violência e a ternura. O Martin foi a melhor surpresa: o Stellan Skarsgard nasceu para aquele papel.
Podia lamentar algumas das opções linguísticas do filme, mas são pormenores e ninguém está interessado. A fotografia é de cortar a respiração. Só o genérico é bem capaz de ser o melhor que já vi. O filme tresanda a David Fincher e isso é bom. Venha outro!
1 comentário:
Ai que já andava doida para o ver agora então!? Estou a ler o 2º volume. Gosto tanto, mas tanto daquelas personagens que ando a ler devagarinho para as fazer render eheh
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