quinta-feira, 19 de abril de 2007

E porque o ridículo me persegue...


Ontem, no final de mais um um dia acelerado, fui deixar o bólide à garagem do escritório do dono do bólide. Convém sempre ser discreta porque não era suposto eu poder entrar naquela garagem. Lá vai ela lampeirinha e eis senão quando, ao passar o portão para sair, começa com uma cãibra brutal nos dedos do pé esquerdo (e sim, é assim que se escreve cãibra escusam de ir confirmar ao dicionário). E quem é que conseguia sair dali? Estica, encolhe, mexe. Nada. As pessoas a passarem. O segurança à porta e eu com umas caretas que já pareciam convulsões parkinsianas que só pioravam quando tentava disfarçar. Agora é que é. Consegui afastar-me do portão e tive a bela ideia de esticar os dedos contra o degrau da estrada para o passeio, entre dois caros estacionados. Ali pelo menos podia descalçar-me e sempre era mais discreto, pensei eu. BOPPPPPPP. Think again. Eis senão que passa uma querida colega do dono do bólide que faz uma grande festa por me ver. Lá acenei e despachei com um sorriso doloroso. O que é que será que ela ficou a pensar? "Deve ter pisado um belo de um presente e está ali a limpar o sapato. Mas espera, ela estava descalça... Hmmmm". E vivam as pessoas educadas e discretas. Obrigada, A.. Aqui os nervos começaram a perturbar-me porque era a hora em que os coleguinhas estavam todos a sair e se eu continuasse ali toda a gente ia ver-me naquela figura!!! Os dedos a contorcerem-se cada vez mais e a cãibra já a subir à perna... Ao fundo, uma praça de taxis, mas quem é que diz que eu lá chegava? Já eu estava a lamentar-me como só eu sei, a pensar que o cab#*&* do ridículo insiste em perseguir-me quando resolvi render-me à evidência de que aquilo não ia passar e que eu não podia continuar ali até ficar de noite. E foi quando peguei no telefone para lançar o meu grito de socorro, a morder o orgulho e a enfiar o meu nariz empinado no chão que, de repente... passou.

Duas lições:

Há uma força impressionante e surpreendente cá dentro que aparece quando mais precisamos e menos esperamos. Já dizia o outro: "It's all in the mind..."

Sapatos do Calçado Guimarães a 9.90€ NÃO SÃO uma boa compra, por muito à la mode que até pareçam.

3 comentários:

macaca bzana disse...

O ridículo não te persegue só a ti macaca... Olha para mim e sente-te feliz! :))
Beijocas!

Anónimo disse...

Ai, o sapatinho... Pois... Mas CAIBRÃ do Inferno é a meio da noite. Subindo pela perna, alastrando. A dor. A DOR!!

macaca grava-por-cima disse...

Pior pior é qd a caibra aparece a meio de algo... digamos... algo que não convém interromper com um "ó querido pára lá agora um bocadinho pq estou aqui com uma caibra!" LOL tb acontece... aos melhores!!! ;-)