Na passada 6a feira foi divulgado o último relatório das Nações Unidas, mais concretamente do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas, constituído por centenas de cientistas. Apresentaram o cenário dantesco de um planeta Terra com temperaturas médias 6º superiores às actuais. O último relatório, de 2001, falava num aumento de 5,8º e já era suficientemente aterrador. Este fez-me tremer por dentro. Devorei os artigos da edição de sábado do The Independent, exemplar. ver aqui
Os factos são estes: em 2100 o planeta Terra terá temperaturas médias 6º superiores às actuais. Este valor é uma média, o que signifca que haverá zonas do planeta onde as temperaturas serão superiores. O que significa este valor na prática? O único termo de comparação dos cientistas situa-se há 251 milhoes de anos atrás, no final do período Permiano. Nesta época, por razões desconhecidas as temperaturas aumentaram 6º e o resultado foi uma alteração dramática do clima e a extinção de 95% das espécies. Não havia gelo e grande parte da Europa e da América do Norte estava submersa devido ao elevado nível dos oceanos. No Artico nadavam crocodilos e na Gronelandia cresciam arvores de fruto. A temperatura dos oceanos era semelhante à de um enorme bule de chá: no oceano Atlântico as temperaturas chegavam aos 42º .
Assustador? Não, assustador é pensar que tudo isto aconteceu naquela época ao longo de milhares de anos e que actualmente o período de adaptação das espécies seria drasticamente inferior. Se a emissão de gases com efeito de estufa continuar a aumentar ao ritmo actual, a floresta da Amazónia poderá comecar a arder já em 2050, transformando-se gradualmente num deserto. Grande parte do hemisferio sul ficará coberto de cinzas e fumo e cerca de metade da biodiversidade do planeta será eliminada. O deserto do Sahara ultrapassa o Mediterrâneo e expande-se pela Europa do Sul. Portugal, Espanha, Grécia...
2050. Não é há 200 milhões de anos nem daqui a outros 200 milhões. 2050 é amanhã. A bola de neve está a rolar: o solo no interior dos continentes será tão seco que a agricultura será impossível, a população vai deslocar-se para as zonas costeiras mas o nível dos oceanos continuará a aumentar e a roubar superfície habitável. No way out. Secas, tempestades, fim da agricultura, escassez de água potável e de alimento, temperaturas insuportáveis.
2050.
Ah pois é bebé.
8 comentários:
Porque é que o idiota do português só pensa quando confrontado com catastrofismos? Consigo imaginar as consequências deste relatório neste país à beira-mar plantado:"Deputados utilizam o calor excessivo como justificação para o absentismo no Parlamento!".
Neste caso não é só o português!! O Homem, com H grande é q f**** isto tudo... MEDO!!!!
Bem, ler este texto logo pela manhã é angustiante...
Bom texto...
Vejo nestas questões do ambiente um big f*** problem: a preocupação pelo ambiente é ciclica...quando não há muito mais noticias lá vêm os efeitos de estufa, o aquecimento e o nivel do mar! A degradação da Terra, essa, é contínua e antes de 2050 já nos é perfeitamente visivel (na qualidade do ar, nas amplitudes meteorológicas e até no ciclo das plantas e animais)!
Cabe a cada um de nós fazer um esforço para, à nossa medida, atenuarmos esta decadência! Aos países que poluem à séria e não cumprem Quioto resta comprar direitos de poluição aos países menos desenvolvidos e JÁ ESTÁ, deixa de ser um problema de poluição para passar a ser um problema de cifrões!!
Grande confusão...como é que vamos explicar isto aos nossos filhos??
Acredita que uma das primeiras perguntas que me passaram pela cabeça foi: "será que quero um filho meu a viver assim?" Por crianças num planeta assim, não obrigado.
Vejo pânico nos vossos comments!
Medo?! Absolutamente natural....
Angustiante?! A qq hora do dia....
Filhos?! Não obrigado!!
A questão relevante é como minorar o desenrolar das alterações climáticas, todavia, os pequenos "macacos" não terão grandes soluções.... o que nos deixará com a triste tarefas de nos termos de tentar explicar às gerações vindouras...
Com sorte, pode ser que não seja no meu tempo....
E quem nos garante que um filho nosso não se dedica ao estudo destas questões e encontra uma forma de reverter os efeitos perversos no ambiente das "macacadas" feitas pelos seus antepassados??? É uma visão optimista, mas nunca se sabe... ;-)
A grande questão é que o mal está feito.Podemos começar a tentar todos a minimizar os estragos que fizemos neste 3º calhau a contar do Sol.O Homem, seja português ou n,sempre viu a evolução segundo o seu ponto de vista egocêntrico e nos últimos 200 anos foi a revolução industrial...cultural,a necessidade estúpida (onde me incluo)de n mexer as pernas numa bela bicicleta por exemplo e procurar o conforto no banco de automóvel por exemplo.Angustiante...medo..pois claro agora todos temos!Com isto tudo a grande esperança das gerações futuras será um planeta semelhante ao nosso ou então com um pouco de sorte todos colocarão as mãos na cabeça....e o grande egoismo e hipocrisia humana como será!É necessário destruir valores antigos para criar.Com estas alterações climáticas quem tem sorte é a barata que é pisada...essa adapta-se....:)
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